Falar sobre diversidade no recrutamento pode parecer simples à primeira vista, mas a verdade é que esse tema ainda é cercado de mitos. E esses mitos, muitas vezes, atrapalham mais do que ajudam quem realmente quer contratar de forma mais inclusiva.
Se você já ouviu por aí que diversidade é só uma questão de imagem, ou que contratar pessoas diversas significa abrir mão da meritocracia, esse texto é pra você.
Por que esse assunto importa (e muito)
Diversidade é um valor que já passou da fase do “ser legal ter” e entrou no campo do precisa fazer parte da estratégia. Empresas que levam isso a sério atraem mais talentos, inovam mais e criam ambientes de trabalho mais saudáveis.
Mas antes de agir, é importante entender o que é mito e o que realmente faz sentido quando o assunto é recrutamento diverso.
Mito 1: “diversidade no recrutamento é só questão de representatividade”
Esse é bem comum. A ideia de que basta contratar pessoas negras, mulheres, pessoas trans ou com deficiência pra dizer que o processo é inclusivo.
Mas não é bem assim. Representatividade é importante, claro, mas ela precisa ser resultado de um processo justo e acessível, não uma maquiagem por cima de um funil que continua excluindo.
Verdade 1: recrutar com diversidade melhora o desempenho das equipes
Não é papo de LinkedIn: tem estudo sério mostrando que equipes diversas performam melhor. E não é só por serem diversas, mas porque diferentes experiências e pontos de vista ajudam na hora de resolver problemas, inovar e tomar decisões.
É bom pra quem contrata e pra quem é contratado.
Mito 2: “focar em diversidade é abrir mão da meritocracia”
Esse mito já causou muita confusão. Mas vamos lá: meritocracia só funciona quando todo mundo parte do mesmo lugar. E a gente sabe que, no Brasil, isso ainda está longe de ser verdade.
Dar oportunidades para grupos sub-representados não é favorecer ninguém, é corrigir um cenário historicamente desigual. É sobre dar acesso, não sobre escolher “só por causa da cor”.
Verdade 2: processos inclusivos atraem mais talentos diversos
Quando uma empresa mostra que valoriza a diversidade de verdade (e não só no discurso), ela se torna mais atrativa. A comunicação fica mais clara, o ambiente passa mais segurança e as pessoas se sentem mais à vontade pra se candidatar.
Muita gente diversa não se inscreve em certas vagas porque não se vê ali. Quando o processo é mais acolhedor, esse cenário muda.
Mito 3: “as pessoas diversas não se inscrevem”
Essa é clássica. Muitas empresas dizem que não encontram candidatos diversos, mas será que estão procurando nos lugares certos?
Às vezes, o problema está na forma como a vaga é escrita, nos canais onde ela é divulgada, ou até na falta de profissionais negros ou de outras vivências no próprio time de recrutamento.
Não é que as pessoas não querem a vaga — é que a vaga não está chegando até elas.
Tá, mas como começar a mudar isso?
Se você chegou até aqui, talvez esteja se perguntando por onde começar. Abaixo, algumas ações simples que já fazem diferença:
- Revise as descrições de vaga: linguagem conta (e muito)
- Use canais que dialoguem com pessoas diversas
- Faça parcerias com coletivos e consultorias especializadas
- Ofereça capacitação sobre viés inconsciente
- Colete dados e acompanhe a evolução do seu processo
Não precisa fazer tudo de uma vez, mas é importante não ficar parado.
E aí, bora descomplicar esse assunto?
Diversidade no recrutamento não é modinha, nem favor. É uma forma mais inteligente, justa e eficaz de construir times.
Desconstruir os mitos é só o começo. O próximo passo é transformar essa consciência em ação.
Se quiser bater um papo sobre como tornar o seu processo seletivo mais inclusivo e realmente atrativo para talentos diversos, me chama. O Carreira Preta pode te ajudar nesse caminho.