Racismo ambiental: uma Realidade Ignorada
Imagine a cena: o Córrego Quirino dos Santos, localizado ao lado da favela da 10, na região da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Essa é apenas uma das muitas áreas negligenciadas pelo poder público, onde a falta de infraestrutura e saneamento básico são evidentes. Mas, o que isso tem a ver com racismo ambiental? Vamos entender.
A origem do termo racismo ambiental
Benjamin Chavis, o homem que cunhou e popularizou o termo “racismo ambiental”, descreve-o como:
“Discriminação racial no direcionamento deliberado de comunidades étnicas e minoritárias para exposição a locais e instalações de resíduos tóxicos e perigosos, juntamente com a exclusão sistemática de minorias na elaboração, aplicação e remediação de políticas ambientais.”
Ou seja, trata-se da ausência de políticas públicas que atendam a população negra e periférica, resultando na construção de moradias em áreas de risco, próximas a córregos e esgotos, sem saneamento básico e sem qualquer estrutura que promova o desenvolvimento dessas comunidades.
A falta de interesse das grandes organizações
Mas, por que será que pouco se fala sobre racismo ambiental? A resposta pode ser encontrada nas ações (ou falta delas) de grandes organizações. Muitas dessas empresas preferem não abordar o tema, justamente porque estão envolvidas na perpetuação dessa estrutura racista. Elas são co-responsáveis pela poluição do meio ambiente, pelos deslizamentos de terra, pela quebra de barragens e pela remoção forçada de populações de suas moradias, empurrando-as ainda mais para a vulnerabilidade social.
O impacto do racismo ambiental no mercado de trabalho
Quando pensamos nas consequências do racismo ambiental, não podemos ignorar seus efeitos diretos na economia e no mercado de trabalho. Comunidades que vivem em situação de vulnerabilidade social, afetadas por enchentes, epidemias ou outros desastres ambientais, frequentemente não têm condições de se reerguer. Essas pessoas perdem não só seus bens materiais, mas também a saúde mental, a estabilidade financeira e, em casos mais trágicos, entes queridos. Isso, por sua vez, afeta sua capacidade de recomeçar e de se manter no mercado de trabalho.
A importância da conscientização e ação
Portanto, não podemos continuar ignorando o problema. A questão não é apenas manter o capitalismo funcionando, mas sim garantir que essas pessoas consigam colocar comida em suas mesas e se recuperar de traumas ambientais. Precisamos nos informar, apoiar aqueles que lutam contra o racismo ambiental e agir. Afinal, amanhã, pode ser alguém próximo a você que será impactado por uma tragédia ambiental.